quinta-feira, 24 de outubro de 2024

MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS PELOS 60 ANOS DA CANONIZAÇÃO DOS MÁRTIRES

 ÁFRICA

Missa de ação de graças pelos 60 anos da canonização dos Mártires

No sábado, 19 de outubro, teve lugar na Basílica de São Pedro a Missa da comemoracão do 60º aniversário da canonização dos Mártires do Uganda. Na sua homilia, o Cardeal Turkson explicou como o sacrifício dos Mártires do Uganda está ligado ao martírio na história da salvação do povo de Deus, e concluiu falando da importância dos Mártires do Uganda para a África. Citando Bento XVI, o Cardeal anunciou também uma mensagem de esperança para os africanos.

Mvuato Sebastião Miezi - Vatican News

Os peregrinos ugandeses vindos a Roma pela ocasião, desafiaram o tempo, inicialmente chuvoso, para assistir, em trajes tradicionais, a essa importante celebração litúrgica que teve lugar no Altar da Cátedra. Para ali convergiram, ao meio dia, em procissão, diáconos, sacerdotes, bispos e cardeais, acompanhados pelos cânticos do coro ao som de vários instrumentos musicais, como o batuque, o trombone, o piano, etc. Tudo convidava à oração e à meditação sobre o significado dessa cerimónia. O ambiente era acolhedor e os cânticos atraíram mesmo os turistas em visita à Basílica, tendo alguns deles acabado por rezar com os convidados à cerimónia.

Procissão de entrada da missa dos mártires do uganda
Procissão de entrada da missa dos mártires do 
uganda

A celebração foi presidida pelo Cardeal Turkson, Chanceler da Academia Pontifícia das Ciências. Na sua homilia, sublinhou a importância do martírio de São Carlos Lwanga e dos seus companheiros para o continente africano, de modo particular para a África subsariana. Falando sobre a primeira leitura, o Cardeal disse que, tal como os sete irmãos do livro dos macabeus que preferiram perder a vida que renunciar à fé e à tradição dos antepassados, também os Mártires do Uganda preferiram morrer do que renunciar à tradição e à fé cristã.

O coro que animou a missa dos mártires do uganda
O coro que animou a missa dos mártires do uganda

Recordando que a Igreja do primeiro milénio nasceu do sangue dos mártires, o prelado afirmou que também a Igreja do Uganda nasceu do sangue do martírio de São Carlos Lwanga e dos seus companheiros. No entanto, o Cardeal Turkson fez presente que, por ocasião da canonização desses mártires, o Papa Paulo VI rezara para que o sacrifício desses Mártires ugandeses fosse o último e significasse o início duma nova era cristã e cultural; uma nova era que eliminasse não só a perseguição religiosa, mas também outros males da sociedade africana. É nesta ordem de ideias que a segunda Assembleia do Sínodo dos Bispos para África sugeriu que os pastores traduzam a fé em programas pastorais concretos para a edificação e a santidade dos fiéis.

Também o Papa Bento XVI, durante a sua visita a Luanda, em 2009, disse aos líderes africanos que a África é capaz de se desenvolver por si própria. E ao falar, nessa ocasião, dos Mártires do Uganda, Bento XVI salientou ainda que entre eles se encontravam também jovens, e que os jovens africanos deveriam ser guiados pelos valores do Evangelho, tal como o foram aqueles Mártires.

Foto tirada no final da missa dos mártires do uganda
Foto tirada no final da missa dos mártires do uganda

E o Cardeal Turkson terminou a sua homilia, dizendo que os Mártires do Uganda tiveram a energia para morrer pela fé porque viveram uma relação espiritual com Cristo, cujos ensinamentos punham em prática. A celebração eucarística terminou com a bênção final, durante a qual o celebrante invocou os Mártires do Uganda para que intercedam pela África e pelo mundo.

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24 outubro 2024, 18:30
FONTE: Mvuato Sebastião Miezi - Vatican News

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