terça-feira, 29 de outubro de 2024

COMUNIDADE NA DIVERSIDADE: O MINISTÉRIO DAS RELIGIOSAS NA AUSTRÁLIA

 IGREJA

Comunidade na diversidade: o ministério das religiosas na Austrália

Uma ex-soldado de uma unidade militar de elite das Filipinas, uma colaboradora do arcebispo Karol Wojtyła da Polônia e uma teóloga bielorrussa, unidas pela vocação e missão. Todos os dias, em comunidades multinacionais: com quem nasceu na Austrália ou nos Estados Unidos, Polônia, Filipinas, Bielorrússia... Elas trabalham tanto com imigrantes como com comunidades locais, utilizando a experiência internacional para promover a integração e construir um sentido de pertença.

Amata J. Nowaszewska

De acordo com a própria especificidade, oferecem apoio e ajuda espiritual às famílias. Dizem que encontram a força na oração e na comunidade. A província australiana da Congregação das Irmãs da Sagrada Família de Nazaré acaba de concluir a reunião anual em Baulkham Hills (Sydney). «Trabalhamos em diferentes lugares, e é por isso que nem sempre nos vemos. É tempo de pôr em dia o que ficou para trás, de rezar juntas e de nos apoiarmos mutuamente», realça a Irmã Maureen, que veio dos Estados Unidos para desempenhar o seu ministério na Austrália.

Da unidade militar especial para a ordem religiosa

A Irmã Rita era soldado profissional numa unidade de elite das forças especiais nas Filipinas. Gostava de desafios e aventuras. A decisão de se tornar religiosa surpreendeu a todos. Convenceu a família, dizendo: «esta é a decisão mais sensata da minha vida» e não mudou de ideia. Há 20 anos que vive na Austrália, onde ganhou o título de “doutora das almas”. Ajuda as famílias através do ministério pastoral nos hospitais. Colabora também com a Associação da Sagrada Família, organizando encontros de formação para as famílias. «As irmãs da minha comunidade apoiam-me de várias maneiras», afirma. «Uma das formas mais importantes de apoio é a sua oração. Elas não conseguem estar sempre comigo, mas quando podem, permanecemos próximas das famílias».

As religiosas com um grupo de jovens em Marayong
As religiosas com um grupo de jovens em Marayong

A admiração do Papa e o serviço de compaixão

A Irmã Joanna, natural da Polônia, trabalha com doentes e idosos há mais de 30 anos. Antes de se transferir para a Austrália, colaborou com o arcebispo Karol Wojtyla (mais tarde, Papa João Paulo II) em Cracóvia. O seu trabalho baseia-se na prestação de ajuda espiritual e emocional a doentes de longa hospitalização e às suas famílias, muitas vezes nos momentos mais difíceis da vida. Mencionando a sua decisão de partir para a Austrália, a irmã Joanna conta uma conversa pessoal com o Papa João Paulo II, durante uma audiência em Roma. Ele viu-a no meio da multidão e parou para uma breve conversa. «Joaninha, por que partes?», perguntou surpreendido. No entanto, recebeu a sua bênção e os votos de felicidades escritos à mão, que ainda hoje conserva como preciosa recordação.

«Não estamos aqui para fazer grandes coisas», explica a Irmã Joanna. «Mas estamos sempre abertos às pessoas. Podem chamar-nos a qualquer hora do dia ou da noite e, se for preciso, estamos presentes». O seu trabalho vai muito além da comunidade polaca, envolvendo pessoas de diferentes origens e credos, segundo o lema dos serviços da Sagrada Família: “hospitalidade, amor, aceitação”.

Irmã Agnieszka com uma paciente dos Serviços da Sagrada Família
Irmã Agnieszka com uma paciente dos Serviços da Sagrada Família

Responder às necessidades espirituais

Para as religiosas, cada pessoa é única e a sua missão consiste em ir ao encontro dos outros, onde quer que se estejam - espiritual e emocionalmente. A Irmã Paula, originária da Bielorrússia, atualmente trabalha numa escola católica em Thornton, Newcastle. A sua função é prestar assistência pastoral aos alunos e ao pessoal. Queria ir em missão para a África, mas decidiu responder a um pedido da Austrália e aqui encontrou o seu lugar.

«A Austrália é um país de missão», reflete. «Aqui as pessoas precisam de Deus, de Jesus, mas de um Jesus simples, não aquele dos manuais de teologia, um Jesus que se senta com elas e que as ouve». Quer ajudar as crianças não só a conhecer a religião, mas acima de tudo a amar Jesus e a Igreja.

A força da comunidade

A Congregação das Irmãs da Sagrada Família de Nazaré está presente na Austrália há mais de 70 anos. Atualmente, dirige o grupo de serviços da Sagrada Família em Marayong, que oferece cuidados completos aos idosos em 146 locais, uma aldeia para reformados com 28 casas e um Centro de educação precoce ao serviço das crianças mais pequeninas. Além de Marayong, as Irmãs de Nazaré servem também noutros lugares em Novo Gales do Sul e Perth.

O encontro provincial anual é extremamente importante para as religiosas. Sobre o congresso recentemente encerrado, a Irmã Margaret Kozub, superiora provincial, afirma: «a prioridade deste encontro é estar juntas e apreciar o nosso estar juntas. É um momento de oração, formação e diálogo sobre a nossa missão e as questões da província». As religiosas estão persuadidas de que a fraternidade é fundamental para a sua missão na Austrália.

As religiosas da Província australiana da Congregação das Irmãs da Sagrada Família de Nazaré
As religiosas da Província australiana da Congregação das Irmãs da Sagrada Família de Nazaré

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29 outubro 2024, 08:00
FONTE: Amata J. Nowaszewska

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