segunda-feira, 6 de maio de 2024

RAFAH: EXÉRCITO ISRAELENSE ORDENA EVACUAÇÃO E CIVIS FOGEM DA CIDADE

 MUNDO

Rafah: exército israelense ordena evacuação e civis fogem da cidade

As perspectivas de trégua em Gaza diminuem mais uma vez. A comunidade internacional, principalmente os Estados Unidos, se opõe fortemente a um ataque terrestre.

Vatican News

As perspectivas de uma trégua na Faixa de Gaza estão diminuindo pela enésima vez, enquanto a operação terrestre em Rafah, a cidade na fronteira com o Egito, onde cerca de 1,5 milhão de pessoas deslocadas estão amontoadas, está se aproximando. “Ela começará muito em breve”, ameaçou o ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, que - falando com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin - disse que o Hamas “não deixou nenhuma escolha para Israel” e isso “significa o início de uma operação”. 

As tensões aumentaram nesta manhã de segunda-feira (06/05), quando o exército israelense começou a ordenar aos palestinos, inclusive com o lançamento de panfletos pelo ar, que evacuassem os distritos do leste da cidade, próximos à fronteira com Israel, em preparação para uma ofensiva “contra organizações terroristas na área em que residem atualmente”. Os civis foram convocados a se deslocarem para uma zona humanitária ampliada nas áreas de al-Mawasi e Khan Younis, mas o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Nadav Shoshani, esclareceu que, no momento, trata-se de “uma operação temporária e limitada” (afetaria 100 mil pessoas que terão “alguns dias” para se deslocar). 

Muitos já começaram a fugir a pé, em carros e em carroças puxadas por cavalos, enquanto fontes egípcias - relatadas pela Dpa - negaram que a passagem tenha sido fechada para impedir que as pessoas entrem e saiam da fronteira. Ao final da evacuação, a operação militar, aprovada domingo à noite pelo gabinete de guerra, deve começar. 

A comunidade internacional, principalmente os Estados Unidos, se opõe fortemente a um ataque terrestre. E talvez não seja coincidência que, pela primeira vez desde 7 de outubro, o governo do presidente Joe Biden tenha decidido bloquear um carregamento de armas para Israel. A notícia foi antecipada pelo site Axios e posteriormente confirmada pelo Conselho de Segurança Nacional, que especificou que a Casa Branca não mudaria, no entanto, sua “política de apoio a Israel”.

Em fuga
Em fuga

Enquanto isso, em um ataque que ocorreu durante a noite na cidade de Rafah, na área do campo de refugiados de Yebna e perto de Al Salam, 21 pessoas foram mortas. Por outro lado, três soldados israelenses foram mortos e 12 ficaram feridos domingo por foguetes disparados na área de Kerem Shalom, o principal ponto de passagem de ajuda humanitária de Israel para a Faixa. O ataque foi reivindicado pelas Brigadas Ezzedine al-Qassam.

O otimismo com as negociações, expresso em várias ocasiões nos últimos dias também por fontes egípcias próximas aos mediadores no Cairo, foi cancelado pelas posições de Israel e do Hamas, que ainda permanecem decididamente distantes e se acusam mutuamente de serem responsáveis pelo fracasso das negociações. O Hamas insiste em uma interrupção definitiva das hostilidades e na retirada “total” das IDF de Gaza. Foi o próprio líder da facção islâmica palestina, Ismail Haniyeh, que reiterou a linha do movimento: “O Hamas quer chegar a um acordo abrangente que ponha fim à agressão, garanta a retirada do exército e chegue a uma troca séria de prisioneiros. Mas qual é o objetivo de um acordo se o cessar-fogo não for o primeiro resultado?”. Condições que, no entanto, foram consideradas pelo primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, como diktats inaceitáveis. “É o Hamas que está impedindo um acordo para libertar os reféns”, respondeu Netanyahu imediatamente, acrescentando que Israel não pode se render às “exigências extremas” dos milicianos e, portanto, “continuará a lutar até que todos os seus objetivos sejam alcançados”.

Tanques israelenses
Tanques israelenses

Após o novo impasse nas negociações no Cairo, os mediadores dos EUA, do Egito e do Catar tentam realizar uma nova reunião de emergência em Doha hoje, quando o conflito entra em seu oitavo mês. O chefe da CIA, William Burns, também chegou ao Qatar, onde se reuniu na noite de domingo com o primeiro-ministro do emirado, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, para discutir maneiras de retomar as negociações. Nesta terça-feira ele é esperado em Israel, onde, de acordo com a mídia local, deverá se reunir com Netanyahu e com o chefe do Mossad, David Barnea.

Nas últimas horas, o governo israelense adotou uma posição dura contra a principal emissora árabe, a Al Jazeera, sediada no Catar. O executivo decidiu por unanimidade interromper suas transmissões, encerrar suas atividades e confiscar os equipamentos da emissora de TV, acusada de ser “o megafone” do Hamas em Gaza e de “incitar” o ódio contra Israel. Uma decisão definida pela Al Jazeera como “criminosa”.

No front libanês, enfim, o alerta vermelho permanece. O Hezbollah declarou que lançou “dezenas de foguetes Katyusha” contra uma base israelense nas Colinas de Golã em retaliação a um ataque no leste do País do Cedro. E também neste domingo, cerca de quarenta foguetes caíram sobre o norte de Israel e outros vinte sobre a cidade de Kiryat Shmona.

Fonte: L'Osservatore Romano

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06 maio 2024, 15:58
FONTE: VATICAN NEWS

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