domingo, 22 de fevereiro de 2015

EX-ALUNOS, COMEMORAM COM MUITO ENTUSIASMO OS 75 ANOS DE IPUARANA.


SETENTA E CINCO ANOS DE IPUARANA
Sejam bem-vindos a esse concorrido encontro, que será motivo de gáudio e confraternização nos próximos três dias.
            Ipuarana evoca muitas recordações. A comemoração de seus 75 anos produz emoções e transmite inefáveis alegrias aos nossos corações. Com o coração inundado de reminiscências, recordo-me dos anos felizes aqui vividos, de 1947 a 1952, um passado que não foge da memória.
Sua magnitude, seu manancial de cultura, a abnegação de seus mestres, o coral regido pelo compositor Frei Adriano Hipólito, a dedicação dos irmãos leigos e das freiras da Porciúncula, com sua habilidade culinária; a salutar convivência franciscana e inúmeros outros valores rememoram dias inesquecíveis em Ipuarana.
Passaram-se anos. A vida avança célere com mutações e desvios; para muitos é pródiga e generosa, para alguns ingrata, em razão de um mundo mutante e muitas vezes cruel. Nesse incessante pedalar, tão bem retratado por Victor Hugo: “On avance toujours, on arrive jamais”, ressurge com frequência, Ipuarana, a memória de tua missão sublime na formação de jovens: consciente, edificante, tenaz; como tudo que é belo: plena de ideal e sacrifícios; solidária, sem exigir paga ou recompensa.
Os ex-alunos do Seminário Franciscano de Ipuarana receberam de frades virtuosos e cultos os mais belos ensinamentos de dignidade, educação moral, cívica e religiosa, edificando sólido alicerce para suas vidas. Vários deles, ao sair daqui, tiveram sucesso com destaque em sua carreira profissional, ornando, destarte, seu “curriculum vitae”. Nem todos, por razões diversas, conseguiram situar-se em posição proeminente, mas distinguiram-se por seu caráter íntegro, como bons pais de família, de conduta exemplar, sendo úteis à sociedade.
Este imenso prédio, que nos acolheu com amor, edificado numa região fértil e aprazível, onde respiramos, por alguns anos, as auras impregnadas de perfumes agrestes, nas quais comungamos a seiva de uma natureza possante, desfrutando de um convívio cristão e benéfico, é o querido ex-Seminário Franciscano de Ipuarana.
Na praça de esportes, ao lado das antigas classes, viceja o velho “Tambor”, símbolo da resistência de Ipuarana, tatalando ao vento com folhas verdes de esperança eterna.
Em relação aos anos passados aqui, assinalou Dom Adriano: “Todo entusiasmo e idealismo merecem respeito. Não considero tempo perdido os anos que eu e muitos confrades dedicamos à educação dos nossos seminaristas em Ipuarana e Bardel, nas escolas preparatórias, nos noviciados e nos cursos superiores. Com admiração recordo a generosidade, a dedicação, a seriedade com que todos se houveram, apesar das mudanças radicais que sofremos nos últimos anos e da concepção nova de educação para o sacerdócio, que se possa ter hoje em dia. Fomos corretos em adotar naqueles tempos o tipo de educação, que nos parecia melhor. Fizemo-lo com dedicação e espírito de sacrifício”.
Transcrevo, para concluir, em homenagem aos nossos abnegados mestres de outrora, versos de Manoel Messias de Vasconcelos, meu colega do 6º ano de 1952:
“Adeus visão real de um sonho lindo,
Levado adiante com amor ardente
Pelo entusiasmo desses franciscanos,
Que mais parecem santos do que gente”.
15.02.2015.
Narcélio Lima Sobreira
 FONTE: JOSÉ SOUZA PARGA

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