Começou
no dia 05/01/2013 na comunidade da Palmerinha na Paróquia do Sagrado Coração de
Jesus, na cidade do Juazeiro do Norte – Ceará, a caminhada dos povos indígenas
rumo ao 13º Intereclesial das CEBs que começa na próxima terça-feira, dia 07.
O
encontro teve seu inicio com uma recepção feita pela comunidade do Palmerinha
através da artista regional Graça Melo que nos presenteou com sua bela voz e
com belas canções e pelas palavras amigas e acolhedoras do pároco o Padre
Monteiro, seguido de profundo e rico ritual do povo Pankararú com a
participação dos outros povos presentes.
Os
povos indígenas da Bahia (Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe), Alagoas (Xukuru-Kariri,
Jeripankó), Paraíba (Potiguara), Mato Grosso (Xavante), Pernambuco (Pankararú),
Rondônia (Kassupá, Wajoro), Tocantins (Xerente), Acre (Nakuni,Nawa), juntamente
com os missionários do Conselho Indigenista Missionário de vários regionais e
paroquianos da referida Paróquia refletiram a partir do tema: “Justiça e
Profecia a Serviço da Vida e dos Povos Indígenas”, sobre a realidade que cerca
a caminhada dos povos indígenas, seus sonhos, desafios e suas expectativas
sobre o 13º intereclesial das CEBs. Com a coordenação do missionário Haroldo Heleno
- Cimi Itabuna, Saulo Feitosa fez uma análise de conjuntura levantando
inicialmente um pouco da história local relembrando a resistência dos povos
indígenas através da Confederação Cariri que ocorreu no século XVII quando
vários povos se juntaram para resistir contra a escravização indígena. Foi
feita uma ponte histórica entre as lutas do passado e as lutas dos povos
indígenas nos dias de hoje, destacando a estratégia do governo brasileiro em
retirar direitos dos povos indígenas, fazendo leis que aparentemente defendem
os indígenas e ao mesmo tempo criando outros mecanismos que retiram e atacam
estes direitos, a exemplo das Propostas de Emendas Constitucionais (PECs),
Portarias, Projetos de Leis entre outros. A análise de conjuntura foi sendo
complementada com as intervenções das lideranças indígenas.
Na
período da tarde o Padre Paulo Suess, assessor teológico do Cimi, abordou o
tema do encontro: “Justiça e Profecia a Serviço da Vida e dos Povos Indígenas”,
destacando o desafio de “viver bem, com menos”, a partir da ideia do Bem Viver
ou Sumak Kawsay proposta dos povos ameríndios. O Bem Viver promove uma mudança
de pensamento onde os direitos da mãe terra são colocados no mesmo patamar dos
direitos dos seres humanos e de todos os outros seres existentes.
Na
noite aconteceu uma bonita celebração da Epifania do Senhor com a participação
indígena e concelebrada pelos padres presentes no encontro. A celebração contou
com participação massiva dos paroquianos, após a missa foi encenado um bonito
auto de natal pelo ponto de cultura Gil, da cidade de Juazeiro.
Na
manhã do dia 06, Haroldo fez uma apresentação geral da metodologia do 13º
Intereclesial, explicando a forma de distribuição temática a partir dos 07
Ranchos (espaços onde serão desenvolvidos os trabalhos de grupos e as reflexões
durante o Intereclesial): “CEBs e a espiritualidade romeira”; “CEBs no campo e
na cidade”; “CEBs e o protagonismo da juventude”; “CEBs a serviço da vida”;
”CEBs e a prática da justiça”; ”CEBs e sua vocação profética”; “CEBs e o
compromisso missionário”. A tarde do dia 6 foi dedicada ao trabalho mais
prático, orientações sobre a participação indígena no 13º, divisões de tarefas,
distribuição dos kits, dúvidas e toda a dinâmica do 13º Intereclesial das CEBs,
o trabalho foi conduzido pelo missionário Zennus Dinys de Alagoas.
Os participantes ainda terão a
oportunidade de conhecer no dia 07, um projeto denominado de “Casa Grande” que
faz o resgate da cultura do povo Cariri localizado no município de Nova Olinda
e a tarde esta agendada visita a uma feira de ciências realizada na comunidade
de Palmerinha por crianças de um colégio local que tem como tema a questão
indígena. Será mais uma oportunidade para concretizar a interação da comunidade
com os povos indígenas. Interação que por sinal foi um ponto forte neste
encontro, tanto na participação no encontro como na recepção, acolhimento e
partilha da comunidade para com os povos indígenas e missionários.
Fonte: WWW.intereclesialcebes.org
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