O prefeito da Congregação para o Clero, cardeal
Mauro Piacenza, recordou aos sacerdotes sua vocação à santidade e os exortou a
trabalharem pela nova evangelização para evitar que as nações cristãs caiam em
um novo tipo de ateísmo. “As nações cristãs já não sentem a tentação de ceder a
um ateísmo genérico (como no passado), mas correm o risco de serem vítimas desse
ateísmo particular que vem do fato de terem esquecido a beleza e o calor da
Revelação Trinitária”, advertiu o cardeal na carta publicada por ocasião da
Jornada Mundial de Oração para a Santificação do Clero que será celebrada na
próxima solenidade do Sagrado Coração de Jesus (dia 15 de junho de 2012).
O cardeal escreveu que neste contexto, são os
sacerdotes os que “devem dirigir tudo para a Comunhão Trinitária: só a partir
desta e entrando nela, os fiéis podem descobrir verdadeiramente o rosto do Filho
de Deus e sua contemporaneidade, e podem verdadeiramente chegar ao coração de
todo homem e à pátria à qual todos estão chamados”. Dom Piacenza indicou que só
assim será possível “oferecer de novo aos homens de hoje a dignidade do ser
pessoa, o sentido das relações humanas e da vida social, e a finalidade de toda
a criação”.
A autoridade vaticana recordou que com a sua
ordenação, o sacerdote aceitou não só o convite a santificar-se, mas também a
converter-se em ministro da santificação. “Não podemos nos santificar sem
trabalhar para a santidade de nossos irmãos, e não podemos trabalhar pela
santidade de nossos irmãos sem que antes tenhamos trabalhado e trabalhemos pela
nossa santidade”, assinalou.
Entretanto, lamentou os “graves escândalos” que
criaram também as suspeitas sobre sacerdotes honestos e coerentes. “Como
ministros da misericórdia de Deus, sabemos, portanto, que a busca da santidade
sempre se pode retomar, a partir do arrependimento e do perdão. Mas ao mesmo
tempo sentimos a necessidade de pedi-lo, cada sacerdote, em nome de todos os
sacerdotes e para todos os sacerdotes”, expressou.
Nesse contexto, o cardeal Piacenza destacou a
importância do Ano da Fé convocado pelo papa Bento XVI e afirmou que “não será
realmente possível nenhuma nova evangelização se nós cristãos não formos capazes
de surpreender e comover novamente o mundo com o anúncio da Natureza do Amor de
Nosso Deus, nas Três Pessoas Divinas que a expressam e que nos fazem partícipes
de sua mesma vida”.
“O mundo de hoje, com suas lacerações cada vez
mais dolorosas e preocupantes, necessita do Deus-Trindade, e anunciá-lo é a
tarefa da Igreja. A Igreja, para poder desempenhar esta tarefa, deve permanecer
indissoluvelmente abraçada a Cristo e jamais se separar dele; necessita de
santos que vivam 'no coração de Jesus' e sejam testemunhas felizes do Amor
Trinitário de Deus. E os Sacerdotes, para servir à Igreja e ao mundo, precisam
ser santos!”, finalizou o prefeito da Congregação para o Clero.
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