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A Bélgica que acolhe Francisco
Vatican News
A Bélgica está localizada na parte ocidental da Europa e faz fronteira ao norte com os Países Baixos, a leste com a Alemanha e o Grão-Ducado do Luxemburgo, a sul e sudoeste com a França e a noroeste com o Mar do Norte.
O país está dividido em três áreas principais: a planície costeiras no noroeste, a “Baixa Bélgica” (até 100 m acima do nível do mar), o planalto central ou "Bélgica central" (entre 100 e 200 m acima do nível do mar) e, por fim, a sudeste, as elevações das Ardenas, ou “Alta Bélgica” (de 200 a mais de 500 m acima do nível do mar). O ponto mais alto do país, Signal de Botrange, fica a apenas 694 m acima do nível do mar, nos Altos Pântanos da Valônia. A noroeste, ao longo dos 67 km da costa do Mar do Norte, ainda existem áreas com dunas de areia, tendo na sua retaguarda polders planos e colinas suaves. No centro do país existem grandes extensões de terras cultiváveis e, em direção ao sudeste, extensas áreas acidentadas, com bosques e colinas e, por fim, os cumes e florestas das Ardenas, na parte valona do país. Grande parte das Ardenas é caracterizada por vales íngremes escavados por rios. As principais rios são o Escalda e o Mosa, que nascem na França, atravessam a Bélgica e terminam o seu curso no Mar do Norte, nos Países Baixos. O maior dos lagos do país é o Lac de la Plate Taille, artificial e com uma superfície de 3,74 km². O clima é atlântico, mas por dentro torna-se mais continental.
Capital: Bruxelas (1.168.231 habitantes)
Superfície: 30.528 km²
População: 11.618.000 habitantes.
Densidade: 381 habitantes/km²
Idioma: francês (falado pelos valões, na Valônia, sul do país), holandês (falado pelos flamengos de Flandres, no norte), alemão.
Principais grupos étnicos: flamengos (54%), valões (37%), alemães (0,7%), italianos (1,5%), franceses (1,3%), holandeses (1,2%)
Religião: católicos (72%), protestantes (2,3%) %), outros cristãos (2,8%), muçulmanos (7%) não religiosos (20%)
Forma de governo: monarquia parlamentar federal
Unidade monetária: euro
Depois de ter sido sujeita a partir do século XVI, primeiro à dominação espanhola, depois aos Habsburgos austríacos, e então à dominação napoleônica, a Bélgica foi governada durante 15 anos pelo soberano holandês Guilherme I de Orange antes de obter a independência em 1830-1831 e se tornar uma monarquia constitucional e hereditária, com a elevação de Leopoldo I de Saxe-Coburgo ao cargo de rei (1831 - 1865).
A ascensão ao trono de Leopoldo II em 1865 marcou o início da exploração da África Central e do colonialismo belga, sancionado pela Conferência de Berlim em 1885, que confiou ao rei belga a soberania pessoal sobre o recém-nascido Estado Livre do Congo, transferida em 1908 ao Estado belga, do qual o Congo viria a obter a independência em 1960.
Durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais o país foi ocupado pelos alemães. Após a Segunda Guerra Mundial, os católicos (divididos desde 1945 em Partido Popular Cristão Flamengo e Partido Social Cristão Valão) reafirmaram a própria hegemonia, alternando alianças com liberais e socialistas ou com ambos durante quatro décadas.
Entre 1945 e 1975, graças à ajuda prestada pelos Estados Unidos com o Plano Marshall, a Bélgica conheceu um crescimento econômico impressionante, também graças à imigração de países como Itália, Espanha, Portugal e Turquia para as minas de carvão da Valônia. A imigração de trabalhadores italianos foi interrompida após o desastre de Marcinelle (1956), em que morreram 262 mineiros.
A Bélgica também se tornou um dos membros fundadores da união de Benelux em 1948, da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) em 1952 e da Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1957. Nas décadas seguintes, as instituições da UE concentrar-se-iam em Bruxelas.
Desde a independência, um dos maiores problemas do Reino da Bélgica foi a questão linguística, com a atração exercida sobre a Bélgica pela cultura e pela língua francesa, por um lado, e pela flamenga, por outro. O francês tornou-se língua oficial já em 1830 e a vida cultural da Bélgica foi durante muito tempo fortemente dominada pela cultura francesa.
Como reação, surgiram sentimentos nacionalistas entre a maioria da população flamenga. O objetivo da igualdade linguística foi alcançado somente em 1930 com a criação de duas regiões linguísticas, enquanto Bruxelas tornou-se bilingue. A batalha linguística recuperou força desde a década de 1960, provocando, entre outras coisas, a formação em uma base linguística de novos partidos de inspiração federalista (como a flamenga União Popular e a Frente Democrática dos francófonos) e a divisão das próprias forças políticas tradicionais ao longo da fronteira linguística.
A partir de 1968 os dois partidos católicos ganharam total autonomia: o Partido da Liberdade e do Progresso (nome assumido pelo Partido Liberal a partir de 1961) tornou-se exclusivamente flamengo após a separação da componente francófona que, em 1979, deu origem ao Partido Reformista e Liberal. Em 1978, também o Partido Socialista se dividiu em duas organizações independentes, uma valona e outra flamenga. Isto levou ao início de uma série de reformas que, entre 1970 e 2001, mudaram a estrutura institucional do Estado em sentido federal, com três Regiões (flamenga, valônia e a capital Bruxelas) e três Comunidades (francesa, flamenga e alemã, esta última unida administrativamente com a Valônia).
Os anos entre 1999 e 2007 testemunharam governos de coligação entre liberais e socialistas, liderados pelo primeiro-ministro liberal Guy Verhofstadt, pelos quais foram excluídos pela primeiras vez em quarenta anos os cristãos-sociais. Sob o seu governo, a eutanásia foi legalizada em 2002, enquanto em 2003 foi reconhecida a validade do casamento entre casais homossexuais.
Depois de 2007, seguiu-se um longo período de instabilidade política, que atingiu seu ápice em 2010-2011, quando a Bélgica permaneceu sem governo por 16 meses. A crise foi resolvida com a nomeação do socialista valão Elio Di Rupo como primeiro-ministro.
Sendo um país cada vez mais multiétnico e com uma presença africana crescente, após a tragédia de Paris, em 13 de novembro de 2015, a Bélgica comprometeu-se na luta contra o terrorismo, prendendo muitos combatentes estrangeiros, incluindo alguns responsáveis pelo ataque que estavam escondidos no seu interior. Em 22 de março de 2016, Bruxelas foi palco de um ataque ao metro e ao aeroporto reivindicados pelo chamado Estado Islâmico (EI), com dezenas de vítimas e centenas de feridos.
No que diz respeito às políticas migratórias, uma visível divisão dentro do Executivo abriu-se em dezembro de 2018 em relação à escolha de aderir ao Pacto Global sobre Migrações, o acordo não vinculativo negociado em 2016 pelos 193 países da ONU por uma migração segura e regular: os ministros da N-Va (Nova Aliança Flamenga), o primeiro partido da coligação governamental, demitiu-se, forçando o primeiro-ministro liberal Charles Michel, líder do Movimento reformista francófono (MR), a favor do pacto, a liderar um governo de minoria, e renunciar poucos dias depois, permanecendo no cargo por delegação do rei até às eleições europeias marcadas para maio de 2019.
As consultas registaram a clara afirmação do partido flamengo de extrema-direita Vlaams Belang, colocando-se com 11,9% dos votos em segundo lugar no país, precedido apenas pela Nova Aliança Flamenga (16%) e seguida pelos socialistas (9,5%), ambos em forte declínio, tal como os liberais do primeiro-ministro cessante Michel (7,6%).
Após a eleição de Michel para a presidência do Conselho Europeu, em outubro de 2019 foi substituído por Sophie Wilmès. À frente de um governo provisório apoiado por uma coligação de minoria, Wilmès foi substituída em outubro de 2020 por Alexander De Croo dos Liberais e Democratas Flamengos Abertos (Open VLD), apoiado por uma aliança de liberais, socialistas, ambientalistas e democratas-cristãos.
País com tradição mineira e industrial, a Bélgica viveu com dificuldade a inevitável transição para uma economia altamente tercerizada. A sua riqueza carbonífera, já em declínio na década de 1970, deixou efetivamente de existir no início da década de 1990. Ao mesmo tempo, as suas indústrias siderúrgica e mecânica entraram em crise. Isto colocou problemas de reconversão significativos, ainda mais urgentes em um país que não só pertence à União Europeia, mas está inserido na sua área mais vital.
Também a força de trabalho empregada nas atividades industriais foi drasticamente redimensionada durante a década de 1990, caindo para 24%, enquanto a empregada nos serviços aumentou para 74%. Além disso, os problemas econômicos da Bélgica são sobretudo problemas de desequilíbrios regionais. O desenvolvimento de atividades de serviços e o fato de ser sede de órgãos políticos supranacionais beneficiaram especialmente a região de Bruxelas, acentuando o seu distanciamento do país e a sua caracterização como uma metrópole mais europeia do que a belga.
No que diz respeito às infra-estruturas de comunicação, a Bélgica sempre esteve entre os países mais bem organizados do mundo, com uma rede ferroviária e hidroviária ampla e eficiente. O porto de Antuérpia, cujo desenvolvimento tem sido objeto de especial atenção e de um plano de longo prazo, ocupa o segundo lugar entre os aeroportos da Europa.
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