quarta-feira, 20 de novembro de 2024

GHALLAGHER: OS ACORDOS ENTRE A ÁFRICA E A SANTA SÉ SÃO UM "SERVIÇO À HUMANIDADE"

 VATICANO

Gallagher: os acordos entre a África e a Santa Sé são um “serviço à humanidade”

O Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais recebe o título de doutor honoris causa na Universidade Católica da África Central em Yaoundé, Camarões. Em seu discurso, ele analisou os acordos ratificados entre a Santa Sé e os países do Velho Continente, em benefício das “liberdades eclesiásticas” e com o objetivo de preservar “o bem comum”, especialmente dos mais frágeis.

Edoardo Giribaldi – Vatican News

A diplomacia da Santa Sé com os Estados da África contemporânea é um “serviço à humanidade” que visa a manutenção das “liberdades eclesiásticas”, mesmo em caso de “mudanças políticas”, e a preservação do “bem comum”. Esse foi o cerne do discurso de Dom Paul Richard Gallagher, secretário vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, na Universidade Católica da África Central em Yaoundé, capital de Camarões, onde o prelado - em seu quarto e último dia de viagem ao país africano - recebeu seu doutorado honoris causa.

O papel da Igreja na diplomacia internacional

Os acordos firmados pela Santa Sé, disse Gallagher, representam um aspecto fundamental da longa tradição diplomática da Igreja Católica, que, embora permaneça uma “realidade altamente espiritual”, também é um ator importante nas “relações diplomáticas multilaterais” com “quase todos os estados do mundo” e com “organizações internacionais como as Nações Unidas”. Em 8 de janeiro, 180 embaixadores estavam presentes na saudação do Papa ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, enquanto atualmente existem 91 missões acreditadas junto ao Vaticano. A diplomacia do Vaticano, que tem suas raízes na época do Papa Martinho V (1417-1431), depende da Secretaria de Estado, descrita pelo arcebispo como “o centro da diplomacia papal”.

A “longa e rica colaboração” com os países africanos

Aceitando com “emoção” o título de doutor honoris causa que lhe foi conferido pela universidade camaronesa, Monsenhor Gallagher lembrou a importância do “Acordo-Quadro” entre a Santa Sé e o Estado de Camarões, ratificado em Yaoundé em 13 de janeiro de 2014. Ele também enfatizou como as relações entre a África e o Vaticano remontam a tempos antigos, com os primeiros acordos assinados com a Tunísia e o Congo Belga marcando o início de uma “longa e rica colaboração”.

O período colonial

Um momento decisivo nesse relacionamento foi o período colonial, durante o qual, lembrou o prelado, “quase toda a África - com exceção da Etiópia e da Libéria - estava sob o domínio das potências europeias”. Nesse contexto, a Santa Sé atuou como porta-voz dos fiéis e do clero local, entrando gradualmente em convenções que também diziam respeito aos territórios colonizados.

Os acordos com o Congo

Por exemplo, no caso do Congo Belga, o arcebispo lembrou as duas convenções de 26 de maio de 1906, sob o pontificado de Pio X, e de 8 de dezembro de 1953, assinadas por Pio XII. A primeira tinha como objetivo “promover a difusão do catolicismo e, ao mesmo tempo, apoiar o governo em seu trabalho educacional por meio da criação de escolas e centros de treinamento vocacional”; a segunda, por outro lado, tinha como objetivo “adaptar a organização da Igreja no Congo às novas circunstâncias, caracterizadas, por um lado, pelo aumento do número de católicos e do tamanho do clero local e, por outro, pelo surgimento gradual de um Estado moderno que luta pela independência”.

As primeiras missões no continente

Com o fim do período colonial, disse Monsenhor Gallagher, “a atividade diplomática da Santa Sé se acelerou na África”. A partir de 1960, novas delegações apostólicas foram estabelecidas em cidades como Lagos (Nigéria), Nairobi (Quênia) e Antananarivo (Madagascar), enquanto outras missões foram transformadas em internunciaturas. A primeira internunciatura africana de língua francesa foi aberta em Dakar (Senegal) em 1961, tornando-se a quarta internunciatura continental depois do Cairo (Egito), Adis Abeba (Etiópia) e Monróvia (Libéria). No caso de Camarões, a Delegação Apostólica de Yaoundé foi estabelecida em 3 de abril de 1965, com jurisdição sobre todos os distritos que compõem o que hoje é a África Central. No entanto, foi somente em 1997 que a Santa Sé ratificou o primeiro “acordo-quadro” com um estado africano, o Gabão.

Liberdade religiosa e o bem comum

Até o momento, 51 dos 54 Estados africanos mantêm relações diplomáticas estáveis com a Santa Sé. Essas relações são orientadas pelos princípios estabelecidos pelo Concílio Vaticano II, que visam manter a liberdade religiosa “sem distinção” e preservar “o bem comum”, ou seja, “aquele complexo de condições sociais que permite que os grupos e cada um de seus membros alcancem mais plenamente e mais facilmente sua própria perfeição”, como deixa claro a Constituição Pastoral Gaudium et Spes. “Ao assinar acordos com os Estados”, acrescentou Gallagher, “a Igreja não pede mais privilégios, como fazia em épocas anteriores, mas simplesmente reivindica o benefício da liberdade religiosa para a Igreja Católica e seu povo”.

Os acordos com Camarões

Em seguida, o arcebispo relembrou os acordos assinados com Camarões, inclusive os relacionados ao Instituto Católico de Yaoundé. O primeiro, datado de 5 de julho de 1989, permitiu a criação de uma Universidade de Direito Pontifício em Camarões, contribuindo para a dinamização do ensino superior em um país que, na época, tinha apenas uma universidade pública e nenhuma universidade privada. O segundo, datado de 17 de agosto de 1995, deu ao instituto a capacidade de conceder diplomas reconhecidos pelas instituições civis do país africano.

Benefícios imediatos e prospectivos

O Arcebispo Gallagher continuou destacando os benefícios do acordo-quadro de 2014 em dois níveis: o “imediato” e o “prospectivo”. “No curto prazo, o entendimento reafirmou fortemente o apego das partes à liberdade religiosa como uma estrutura essencial para a ação da Igreja nos Camarões”, disse o arcebispo, enquanto “do ponto de vista prospectivo, permite que a comunidade da Igreja esclareça os princípios e as disposições legais referentes às suas relações e cooperação com o Estado camaronês”.

A dinâmica do acordo

Entre os pontos “essenciais” do acordo, destacou o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, estão o “reconhecimento” das várias personalidades jurídicas, a “simplificação do procedimento para adquiri-las”, a autonomia da Igreja em áreas como o estabelecimento, a divisão ou a supressão de entidades eclesiásticas e as nomeações, transferências e aceitação da renúncia de bispos. Além disso, o acordo compromete a Igreja “a serviço do desenvolvimento integral e para o bem de todos, criando instituições apropriadas com personalidade jurídica sob a lei camaronesa”.

Os benefícios para as comunidades locais

Concluindo seu discurso, Dom Paul Richard Gallagher enfatizou que “a diplomacia da Santa Sé é um serviço à Igreja e à humanidade, com suas fragilidades. É a base para a manutenção das “liberdades eclesiásticas”, protegidas de possíveis “mudanças políticas” em vários países, e é um recurso fundamental para as comunidades locais, que podem assim promover seus compromissos apostólicos em favor da pessoa humana.

A serviço dos mais frágeis

“Todos os Estados devem redescobrir um espírito de serviço com a intenção de construir uma solidariedade global que se expresse concretamente na ajuda aos que sofrem”, declarou Gallagher por ocasião da Semana de Alto Nível na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em 18 de setembro de 2023. Relembrando esse discurso, o Arcebispo esperava que o Acordo-Quadro assinado com Camarões, em seu 10º aniversário, também produzisse “cada vez mais frutos para o bem-estar dos cristãos e cidadãos desse nobre país, Camarões, mas especialmente para os mais frágeis”.

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20 novembro 2024, 11:37
FONTE: Edoardo Giribaldi – Vatican News

QUANTO PESA A FOME DE UMA CRIANÇA

 IGREJA

Quanto pesa a fome de uma criança

Um escritor e pedagogo escreveu: “quanto pesa a lágrima de uma criança? A lágrima de uma criança desobediente pesa menos do que o vento, a de uma criança faminta pesa mais do que a terra inteira.”

Ibrahim Faltas

A morte é uma das poucas certezas da vida. Ela é o fim de um curso natural ou acontece por outros motivos, muitas vezes trágicos: catástrofes, acidentes e doenças. Ela atinge toda morte que não é a conclusão natural da vida, atinge o sofrimento e a impotência de não ser capaz de evitá-la. As guerras são todas injustificáveis, o sofrimento e a dor não são quantificáveis para qualquer ser humano de qualquer idade, raça, nacionalidade, para qualquer ser humano que tenha vivido em qualquer época histórica.

A guerra que atingiu a Terra Santa e o Oriente Médio não é mais ou menos devastadora do que outras, mas choca pelo número altíssimo de crianças que morreram, foram feridas e ficaram incapacitadas para o resto da vida. Essa guerra e todas as outras que estão presentes no mundo de hoje chocam porque as vemos e ouvimos sem estar lá e, graças à tecnologia, elas chocam porque tomamos conhecimento, em tempo real, do sofrimento de crianças e de tantos seres humanos e não há nada que possamos fazer. Não podemos correr e escavar para salvar os feridos sob os escombros, não podemos nos envolver em mortalhas e enterrar os pequenos corpos sem vida de vítimas inocentes. Não podemos dar apoio com comida e água, não podemos curar as feridas do corpo e da alma, não podemos dar um sorriso, um brinquedo ou um doce, não podemos nos sentar ao lado de uma criança e ler um conto de fadas juntos. É essa impotência que choca e destrói!

A história nos trouxe notícias, dados e números de massacres, excídios, extermínios, genocídios: qualquer outro nome que dermos a essas brutalidades jamais dará razão e justificativa à tragédia do mal. Mas esses números e brutalidades não puderam ser evitados porque foram revelados depois de terem sido cometidos. Agora vemos, ouvimos e aprendemos sobre o mal ao vivo e não com seguimos deter as armas e mudar os corações!

Um escritor e pedagogo escreveu: “quanto pesa a lágrima de uma criança? A lágrima de uma criança desobediente pesa menos do que o vento, a de uma criança faminta pesa mais do que a terra inteira.”

Todos os dias vemos fotos e vídeos de crianças sofrendo, todos os dias vemos lágrimas que não conseguimos enxugar. 

Quanto pesa sobre as consciências o sofrimento de uma criança? Quanto custará à humanidade a derrota de não deter aqueles que matam? Nos últimos dias, foi divulgado um vídeo no qual podemos ver algumas mulheres em Gaza correndo, carregando um pano no qual é colocado o corpo de uma pessoa. Elas correm para escapar de um ataque e, ao mesmo tempo, para enterrar o corpo de um ente querido; elas desafiam o perigo para dar, mesmo na morte, dignidade à vida.

Nessas imagens, vi a morte e a vida, vi a corrida para a salvação e a imobilidade daqueles que não podem mais se salvar, vi o amor e a solidariedade, vi os valores essenciais nos quais todo ser humano deveria se inspirar. Os mesmos valores que devem ter os homens e as mulheres que têm o destino do mundo em suas mãos, deixando de lado, ou melhor, anulando o desejo de supremacia, poder e autoritarismo. É necessário agora, imediatamente, considerar a paz como a única maneira possível de afirmar a verdade e a justiça de que este mundo precisa.

Se todos juntos pudermos compartilhar esses princípios essenciais, seremos capazes de entender a dor dos outros, seremos capazes de torná-la nossa e seremos capazes de fazer coisas boas, até mesmo derrotar as guerras.

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20 novembro 2024, 15:30
FONTE: Ibrahim Faltas

CARDEAL PAROLIN CELEBRA A SANTA MISSA NO PALÁCIO EPISCOPAL SÃO JOAQUIM

 IGREJA

Cardeal Parolin celebra a Santa Missa no Palácio Episcopal São Joaquim

Cardeal Parolin: “É preciso levar a sério as necessidades dos irmãos, porque o mundo é uma grande família”.

Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, após participar do primeiro dia da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, 18 de novembro, presidiu missa na Capela Nossa Senhora da Conceição, no Palácio Episcopal São Joaquim, na Glória.

Na saudação inicial, o secretário de Estado observou que, após chegar de Roma, o dia foi pesado e pleno de atividades, por participar do G20, mas que estava feliz pelo momento celebrativo. Ele agradeceu de coração a acolhida e hospedagem feita pelo arcebispo metropolitano, cardeal Orani João Tempesta.

Na celebração estavam o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquatto, os bispos auxiliares e residentes no Rio de Janeiro, sacerdotes, seminaristas, religiosos e leigos.

Cardeal Parolin celebra a Santa Missa no Palácio Episcopal São Joaquim
Cardeal Parolin celebra a Santa Missa no Palácio Episcopal São Joaquim

Colunas da Igreja

Na homilia, com tradução do italiano feita por monsenhor André Sampaio, o secretário de Estado lembrou que na celebração do dia, a memória da Dedicação das Basílicas dos Apóstolos São Pedro e São Paulo fazia unidade com o Papa Francisco. Também acrescentou que com as basílicas estão as basílicas de São João de Latrão e Santa Maria Maior, que serão locais de peregrinação no Jubileu do Ano Santo de 2025.

O Cardeal Parolin lembrou que, em vista do jubileu, o baldaquino da Basílica de São Pedro passou por restauração, e que também há um projeto de restauração dos mosaicos da Basílica de São Paulo. “As basílicas foram construídas em cima das sepulturas dos dois apóstolos martirizados, colunas da Igreja.

“Peçamos a São Pedro que nos inspire no seu amor a Nosso Senhor. Ele tinha momentos de fraqueza, mas amava e seguia o Senhor. No largo de Genesaré, entre lágrimas, confessou: ‘O Senhor sabe tudo, sabe que te amo’.  Que também nós possamos ter um pouco deste amor, na mesma condição que Jesus pede a Pedro. ‘Apascenta meus cordeiros’, disse Jesus, para ser pastor do rebanho. Para ser pastor é necessário ter uma preparação, competência e conhecimento, mas não pode faltar o amor apaixonado e total pelo Senhor. Peçamos a São Pedro, principalmente nós bispos e sacerdotes, que possamos crescer nesse amor para nos tornarmos bons pastores, a exemplo de Jesus”, disse.

Sobre o apóstolo São Paulo, o Cardeal Parolin destacou que ele tem capacidade e ardente empenho em anunciar o Evangelho. ‘Ai de mim se não evangelizar’, diz São Paulo. E mais: ‘Tudo fiz pelo Evangelho’. “Esse amor deve ser tornar em anúncio e ser levado a todos os irmãos”, disse.

Ao recordar o Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, realizado em outubro, em Roma, o secretário de Estado lembrou que "o convite do Papa é caminhar juntos como irmãos”. Neste sentido, evidenciou que o Rio de Janeiro tem seus desafios para anunciar o Evangelho, mas quando todos “trabalham juntos e bem, a evangelização responde à expectativa profunda do ser humano”.

Na conclusão da homilia, o cardeal Parolin pediu as bênçãos de São Pedro e São Paulo para que “a missão seja bem desenvolvida pelos ministros do Senhor”, uma “missão belíssima”, e que os “jovens possam ver alegria em seus rostos e também se sentir atraídos no serviço ao Senhor.” Também pediu a proteção de Maria, sob o título da Imaculada Conceição, cuja solenidade se aproxima.

Unidade

No final da celebração, dom Orani agradeceu a presença do Cardeal Parolin no Rio de Janeiro, pela oportunidade de concelebrar a Eucaristia com os bispos auxiliares e sacerdotes.

“A memória da Dedicação das basílicas de São Pedro de São Paulo nos faz bem próximos e unidos ao Papa Francisco. Peço que transmita ao Santo Padre o nosso abraço, adesão e fidelidade. Também nossa comunhão com sua caminhada, a sua preocupação pela paz em um mundo de guerra, pela pobreza e outras necessidades, assim como o senhor se referiu ao ler a carta na Cúpula do G20”, disse dom Orani.

Cátedra Guido Schäffer

O Cardeal Parolin foi presenteado pela Cátedra Guido Schäffer de Esporte, Fé e Cultura, da PUC-Rio, e o Núcleo Esporte e Fé do Santuário Cristo Redentor, com a camisa azul da Seleção Brasileira de Futebol, que carrega um simbolismo enorme. De acordo com a história, ela é azul em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.

Cardeal Tempesta e cardeal Parolin
Cardeal Tempesta e cardeal Parolin

Entrevista

Após a Santa Missa, em entrevista ao Sistema de Comunicação da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Cardeal Parolin fez um balanço do primeiro dia da Cúpula do G20. Entre os temas, abordou sobre a crise climática, como fenômeno global, e o alerta do Papa Francisco, com a Laudato si’, que pede que as pessoas cuidem da Casa Comum e vivam em harmonia com a criação de Deus. O tema, observou, também foi refletido dias antes na COP29 de Baku, no Azerbaijão, em que esteve presente, representando o Santo Padre.

“Tudo começa com o acordo de Paris, que enquadra muito bem a problemática. A grande dificuldade para resolver a crise climática é a lentidão em implementar as decisões tomadas anteriormente”, disse.    

Para o secretário de Estado, a encíclica Fratelli tutti, do Papa Francisco, é uma luz para promover o diálogo e cooperação entre as lideranças globais.

“Podemos, sim, enfrentar e superar os conflitos que existem no mundo. Mas isso só será possível quando todos nós reconhecermos que somos irmãos, muito mais para nós, como cristãos, que somos filhos do mesmo Pai. O cuidado da Casa Comum e uma responsabilidade mútua”, disse.

Para o cardeal Parolin, “é preciso levar a sério as necessidades dos irmãos, porque o mundo é uma grande família. Se não houver essa perspectiva, será difícil dar passos. Vejo que há necessidade de ter confiança para melhorar o mundo. Se não há confiança, não há diálogo, se não há confiança não há fraternidade.”

Apesar do cenário de um mundo em guerras, com situações de fome e pobreza, as quais os países deveriam se esforçar para resolver, o secretário de Estado lembrou que há motivos de esperança.

“O Jubileu de 2025 foi convocado sob o sinal da esperança. A intenção do Santo Padre é que sejamos peregrinos de esperança. É como se ele quisesse dizer: devolver a esperança a este mundo que parece tê-la perdido completamente. Uma esperança global. Para nós, a esperança é virtude teologal”, disse.

“Falando em esperança, precisamos dar respostas aos pobres, de levar em consideração a situação de como vivem, de tal forma, que as desigualdades deixem de existir. Na Cúpula do G20 discutimos uma nova arquitetura econômica global. Dar esperança aos pobres significa reformar precisamente o sistema e eliminar as causas estruturais da pobreza”, concluiu o cardeal Parolin.

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20 novembro 2024, 13:45
FONTE: Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro

CONGRESSO AMERICANO MISSIONÁRIO DE PORTO RICO GANHA SAUDAÇÃO DO PAPA FRANCISCO

 PAPA

Congresso Americano Missionário de Porto Rico ganha saudação do Papa Francisco

Cerca de 1500 pessoas estão reunidas na cidade de Ponce para o 6º Congresso Americano Missionário (CAM6), entre elas, uma delegação de 62 brasileiros provenientes de todas as regiões do país. Uma carta divulgada por Francisco nesta quarta-feira (20/11) enaltece a missão do enviado especial do Pontífice, cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo, que presidiu a missa de abertura e expressou "o testemunho do amor do Papa por esta amada parcela da Igreja que caminha em Porto Rico”.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma carta nesta quarta-feira (20/11) à cidade de Ponce, em Porto Rico, onde cerca de 1500 mil pessoas de 36 países de toda a América - entre elas, uma delegação de 62 brasileiros - participam do 6º Congresso Americano Missionário (CAM6). A missa de abertura do evento desta terça-feira (19/11) foi presidida pelo enviado especial do Pontífice, o cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo, arcebispo emérito da Arquidiocese de Caracas, no Anfiteatro Juan Pachín Vicéns para cerca de 12 mil pessoas. Até domingo, 24 de novembro, o CAM6 vai refletir sobre o tema “Evangelizadores com Espírito até os confins do mundo”, inspirado pelo lema “América, na força do Espírito, testemunhas de Cristo”.

A delegação brasileira conta com 62 missionários de todas as regiões do país
A delegação brasileira conta com 62 missionários de todas as regiões do país

A carta do Papa Francisco

No texto da carta em latim endereçada ao cardeal Baltazar, o Papa faz referência a Pentecostes e à importância de, também hoje, receber o mesmo Espírito para se tornar testemunha de Jesus - como antecipam o tema e o lema do evento - "até os confins da terra" (cf. At 1,8.14. 2,1-2); para anunciar o Evangelho "sem medo, saindo de nós mesmos", "embora soprem ventos contrários". Francisco, assim, enaltece as qualificações do seu enviado especial ao evento, "que testemunhou o amor missionário ao nunca cessar o trabalho e a preocupação pela Igreja de Cristo", e através do próprio cardeal Baltazar envia a sua saudação a todos os participantes. O desejo do Papa é que "os fiéis na América cultivem dentro de si um espírito verdadeiramente cristão e possam dedicar todas as suas energias à obra de evangelização, cheios da mais abundante consolação do Espírito".

Cardeal Baltazar sobre vocação católica americana

O arcebispo emérito de Caracas reforçou o pensamento do Pontífice na homilia desta terça (19/11), pontuando que Francisco lhe pediu para “expressar a sua significativa saudação a todos os participantes e o testemunho do amor do Papa por esta amada parcela da Igreja que caminha em Porto Rico”. O cardeal seguiu ressaltando que o lema do congresso expressa “a continuidade do esforço para dar maior impulso ao sentido missionário do nosso povo” e destacou, ainda, que “não podemos compreender a nossa vocação católica americana se fizermos distinções entre línguas, culturas, ilhas ou territórios continentais, centrando-nos mais nas diferenças do que nas coincidências”. Por fim, concluiu que este CAM é “um apelo à integração, em que o olhar deve ser mútuo: ver-se, conhecer-se e enriquecer-se”.

A missa de abertura do CAM6 reuniu nesta terça-feira (19/11) cerca de 12 mil pessoas
A missa de abertura do CAM6 reuniu nesta terça-feira (19/11) cerca de 12 mil pessoas

CAM completa 47 anos em 2025

A edição deste ano do Congresso Americano Missionário (CAM6), que completa 47 anos de atividades desde o primeiro evento em 20 de novembro de 1977, está trabalhando sob três instâncias eclesiásticas principais: 1) da Igreja de Porto Rico; 2) das Direções Nacionais das POM na América; e 3) da colaboração do Dicastério para a Evangelização em sua segunda seção: Primeira Evangelização e Igrejas Orientais, com a participação direta do Conselho Superior das Pontifícias Obras Missionárias em Roma.

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20 novembro 2024, 12:00
FONTE: Andressa Collet - Vatican News